Helm Castelo Cinzento - 5


Áquila, 5 de Abril de 1380. 

Helm olhou diretamente nos olhos do gigantesco dragão dourado a sua frente de uma maneira que não restou dúvidas a Dourado Implacável. Helm queria respostas.
Todas elas.
― O que você disse Dragão? Você está querendo me dizer que a estátua deste homem é meu pai? ― perguntou Helm olhando na direção da estátua do lendário guerreiro arthaniano com o medo da verdade estampado em sua face cadavérica.
O dragão antes de responder olhou para o céu sobre a gigantesca metrópole e seus olhos puderam avistar muito além das nuvens rubras hordas de dragões que dizimavam tudo ao redor aproximando-se.
― Helm. Estou aqui para dar-lhe todas as respostas que você sempre procurou, mas antes temos que sairmos daqui ou seremos rastreados. Suba em minhas costas agora se quiser todas as respostas. ― ordenou Dourado Implacável vendo os dragões de fogo de aproximar.
― Pelos céus quem sou eu? ― perguntou Helm quase que sem voz no mesmo momento em que dezenas de dragões de fogo mergulhavam sobre as ruínas do templo em chamas.
― Vamos Helm, temos uma longa viagem em busca de respostas! ― declarou Dourado Implacável.
Helm calou-se.


*****


Ao longo da fuga de Áquila, a capital do Império Arthaniano, Dourado Implacável explicou a Helm sobre como os dragões haviam se organizado em um devastador exército espalhado por todos os cantos do planeta. Eles eram uma espécie de sistema de segurança a serviço da Ovolun, uma facção draconiana que tentava a todo o custo instalar o controle absoluto sobre os povos de Hakis.
Os dragões se dividiam em células independentes espalhadas por todos os cantos, em todos os povos. Muitos assumiam formas humanóides para instalarem-se entre os governos e disseminarem sua ideologia corrompendo tudo com suas mentiras corrosivas e maquinações maquiavélicas.
Foi a neste era chamada de A Era do Sangue Negro, que houve a cisão entre os dragões e os que não quiseram juntar-se a Ovolun foram caçados e perseguidos até a total aniquilação.
Helm então descobriu que seu pai fora um dos dragões renegados que assumiu a forma humanóide e como muitos acabou por disseminar o sangue draconiano com mortais gerando os mestiços de sangue negro, como são conhecidos todos aqueles que herdam os traços draconianos.
Agora Helm entendia o motivo por estar sendo caçado por dragões aonde quer que fosse. Mestiços como ele, meio-elfo e meio dragão, eram os únicos humanóides que podiam controlar as Ovoluns além dos dragões de verdade.
Dourado Implacável também lhe contou a origem das Ovoluns. Eram átomos de energia ou células de anticorpos do próprio planeta Hakis que assumiram formas materiais para ajudar os guardiões antropomórficos a eliminarem a humanidade.
Por eras elas foram disputas pelos dragões em guerras colossais que redefiniram a geografia de Hakis e assim que foram descobertas pelos mortais tornaram-se objetos de muito desejo até para seres de outros planos de existência que buscavam a fonte do poder supremo que vinha junto com as tais Ovoluns, como foram chamadas pelos mortais.
Helm estava inebriado pela tempestade de informações que invadiam sua mente revelando tanto segredos do passado quanto a história de sua vida e sua origem. Por mais que ele soubesse que havia um motivo por ele estar neste mundo, agora ele tinha certeza que nunca estivera sozinho, pois lá fora dos limites da floresta de Inaradrinn onde passara quase a totalidade de sua vida, havia outros que se sentiam tão só como ele.
Mas Helm era o tipo de mortal que incomodava os Dragões, pois suas ações poderiam desequilibrar o funcionamento e o equilíbrio de todo um povo apenas por existir em seu meio.
Logo após sua fuga de Inaradrinn, exércitos de dragões caçaram-no dia e noite. Destruíram cidades e aniquilaram povos na sede de derramarem seu sangue. Sempre escapando da morte a cada curva da estrada, sempre trazendo a desgraça e a destruição por onde quer que fosse Helm terminou sua jornada as portas do templo em Áquila.
Helm buscava sua origem paterna, pois só o que ele sabia era que seu genitor fora um guerreiro arthaniano. Mas a verdade que Helm acabou descobrindo fora muito mais do que o que ele sempre desejara.
Agora sua jornada colocava em seu caminho uma antiga relíquia draconiana que desejou ser encontrada, mas não por dragões e sim por um ser como Helm, herdeiro legítimo de Elmer.
A Dark Ovolun que pertencera a seu pai agora desejava o filho que buscava respostas. Era a união perfeita e assim os propósitos da esfera draconiana retomaria seu curso, pois uma nova era de trevas se aproximava dos povos de Hakis e uma nova guerra seria travada para o bem ou para o mal.
Depois de dias de viagem eles chegaram até o Forte da Garra que servia de base para os dragões dourados.
Havia perguntas a espera de Helm...

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