Carlópolicity - A Cidade Parasita 3


A violência toma conta dessa porra toda. A polícia desse lugar só serve para queimar gasolina e observar a marginalidade aditivada com crack tomar conta da porta de todos os bares. Você é refém, a cada momento que você sai pelas ruas quando as estrelas preenchem o céu, você é refém. Refém do descaso, da falta de investigação, do medo de retaliação contra a família de militares, aqui a realidade é bem diferente do que você vê nos filmes, pois lá sempre há um final feliz.
A vida não é assim, não há final e sim uma eterna luta contra o crime. Se não fosse eu agir na treva da calada da noite, haveria muito mais criminosos nas ruas, mas eu os guardo a sete palmos e não em sete barras de uma grade de sela. Este lugar antigamente era uma estação de partida do Multiverso um pouco mais pacífica. Agora você anda pelas ruas refém do próprio silêncio, da falta de segurança para os civis, do medo que até os próprios militares sentem desses vermes.
Mas o que ninguém vê é que essa cidade está faminta, é ela que permite que esse câncer cresça e infecte as células ao seu redor. Ela necessita do sentimento de medo e horror da população, que evitem certas ruas, certos bares, certos dias, ela se delicia desse horror e quem é que comanda uma cidade como essa? De quem é a culpa? Quem alimenta o cachorro faminto no fundo do quintal? Quem é que se senta no gabinete dando as canetadas? Isso mesmo...
Mas agora eu estou longe disso tudo, estou sintetizado num universo de ideias e sonhos antropomórficos e essa realidade não me diz mais nada, o mundo dos vivos faz parte do meu passado, agora minha existência pertence a outra lugar onde estar vivo ou não depende apenas do ponto de vista.

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